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Sesporte

Clubes em alerta: nova gestão do Centreventos Cau Hansen deixará o esporte em segundo plano

Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação

No último dia 31, terça-feira, encerrou o prazo para apresentações de propostas para gestão de todo o complexo do Centreventos Cau Hansen. Conforme o edital, a Prefeitura de Joinville pretende terceirizar o espaço para uma Organização Social pelo período de 60 meses com a possibilidade de prorrogação por igual período e alguns questionamentos sobre a utilização do local para jogos indicam que cenas como a comemoração do título da Taça da Brasil de futsal no ano passado ou do recente título do Catarinense de Vôlei poderão não ser mais vistas pela torcida joinvilense dentro Cau Hansen.

Único equipamento público capaz de receber grandes públicos nos eventos esportivos e com as medidas de quadra oficiais para as modalidades de quadra como futsal e handebol, o Cau Hansen deverá ter no comando de sua gestão um entidade ligada à cultura, que será responsável pela manutenção do espaços composto pelo Expocentro Edmundo Doubrawa, Teatro Juarez Machado, Centro de Convenções Alfredo Salfer e Arena Multiuso.

A mudança no formato acendeu um alerta nos clubes que utilizam o local para os seus jogos. Entre os diversos fatores apontados, estão as dúvidas sobre como se dará a relação com o novo gestor do espaço, atualmente sob responsabilidade de Secretaria da Cultura.

Entre os principais questionamentos está o valor que será cobrado pela utilização do local em dias de jogos, a necessidade de agendamento prévio para garantir a locação e a limitação de liberação apenas para disputas que envolvam futsal e vôlei, sendo que o local também é utilizado por equipes de basquete e handebol em algumas competições e não foram contempladas.

Em contato com a assessoria da Prefeitura, a reportagem do Esporte Joinville buscou esclarecer alguns aspectos sobre como se dará o uso do Cau Hansen após a conclusão do edital.

Agendamento e cobrança de percentual na bilheteria

Por conta das parcerias que os clubes têm com a Prefeitura, atualmente o espaço não tem custos para utilização nos dias de jogos. Com entrada do novo gestor, os clubes deverão repassar “10% do valor arrecado com ingressos e valores de locações, revertidos para a Organização Social, utilizados para fins de manutenção predial”, conforme determina o edital.

– Conforme previsto em Edital, passará a ter custo com o repasse do percentual dos ingressos arrecadados e valores de locações nestes jogos e competições – diz a assessoria da Prefeitura.

O espaço só poderá ser utilizado mediante prévia solicitação, ainda que seja de conhecimento do poder público que ele hoje sirva como local de treinos e preparação para jogos e competições. Segundo informou a assessoria da Prefeitura, a utilização dependerá da disponibilidade de agenda.

– O espaço poderá ser usado para jogos esportivos, observado a quantidade de dias reservados no calendário anual para essas atividades e mediante requerimento da Secretaria de Esportes – informou.

Uma das fontes consultadas pelo EJ – que pediu para não ser identificada – questiona o novo formato. Segundo ela, “nem todas as competições têm essa previsibilidade e ainda existe a dificuldade de mudanças de datas durante os campeonatos e até mesmo quando as equipes avançam nas suas disputas”.

A gestão deste agendamento será feita pela Organização que assumir o espaço, segundo a respondeu a Prefeitura, “permanecendo a utilização dos espaços para eventos oficiais”, conforme consta no edital.

Fiscalização da nova gestora e participação das equipes

Ainda que não seja mais a gestora direta do espaço, a fiscalização ficará a cargo da Secretaria de Cultura. Porém, quando questionada sobre a participação das equipes no processo, a Prefeitura não se manifestou.

– A fiscalização e supervisão será pela Secult. O Edital prevê iniciativas dentro de cinco eixos que deverão ser realizadas por meio da Organização Social no primeiro ano de contrato. Esses eixos são: Apresentações, Eventos no Edmundo Doubrawa, Eventos no Complexo Centreventos Cau Hansen, Programa de Gestão e Programa de Melhorias. Além disso, há outros pontos que deverão ser executados ao longo do contrato – respondeu a assessoria.

Leia mais: Sem o Centreventos: uso compartilhado do espaço escancara a falta de praças esportivas em Joinville

Novos espaços esportivos

Com os processos referentes a reforma do Ivan Rodrigues caminhando lentamente, os clubes ficam reféns da utilização do Centreventos ou de espaços privados, que oneram ainda mais os orçamentos. A constante mudança de locais prejudica o rendimento técnico dos times, como comentou recentemente ao EJ o superintendente do JEC/Krona Futsal, Vitor Kortmann.

– O problema não se trata somente dos jogos, mas também dos treinamentos. Ficar mudando de quadra em quadra para os treinos tem um impacto técnico, no próprio rendimento da equipe – comentou Vitor em julho deste ano sobre a possibilidade de perder o Centreventos mais de uma data.

Na mesma reportagem, a Secretária de Esportes, Caroline Antunes Rodrigues, afirmava que a pasta não teria disponibilidade orçamentária para erguer uma nova arena. Oficialmente, além do Centreventos, a cidade possui apenas o CT Ivo Varella, o Ginásio Municipal de Ginástica Rítmica Perácio Bernardo, o Ginásio Abel Schulz e a Arena Joinville e estuda internamente como viabilizar uma novo ginásio, mas apenas para um futuro não determinado.

– Estudamos internamente opções de como podemos fazer essa instalação no futuro, mas nesse primeiro momento, orçamentariamente falando, não conseguimos colocar uma instalação de pé. Até porque, pensamos que Joinville comporta 5 mil pessoas, achamos que uma instalação para o porte de Joinville seria em torno dessa quantidade de pessoas – revela a secretária.

Texto: Jota Amaral

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