Depois do terceiro lugar no revezamento 4x50m livre misto de até 20 pontos, Talisson Glock garantiu nesta quarta-feira o seu segundo pódio, o primeiro individual, nas Paralimpíadas de Tóquio. O joinvilense faturou a medalha bronze nos 100m livre classe S6 (para atletas com deficiências físicas), no Centro Aquático de Tóquio, de forma emocionante.
A conquista veio na batida de mão. Fora do pódio até o metro final da prova, ele se esticou para superar o chinês Jia Hongguang por apenas um décimo: 1min05s45 x 1min05s55.
– Foi difícil a pandemia para mim. Engordei bastante. Eu tenho essa tendência. Estou até hoje tentando recuperar esses quilinhos aí. Consegui chegar ao pódio, mas não acredito que foi meu 100% ainda. Também teve a questão aqui no Japão que fomos bastante atrapalhados no começo. Ficamos seis dias sem treinar [por um caso de Covid na delegação brasileira] – disse Talisson em entrevista ao SporTV, detentor dos direitos de transmissão das Paralimpíadas no Brasil.
O ouro ficou com o italiano Antonio Fantin, que se impôs e faturou a prova estipulando novo recorde mundial (1min03s71), seguido do colombiano Nelson Crispin Corzo (1min04s82), com a prata.
Com a conquista desta quarta, Talisson soma quatro pódios paralímpicos na carreira – dois na Rio-2016 (prata nos 4x50m livre 20 pts e bronze 200m medley SM6) e dois até agora na Tóquio-2020.
O joinville de 26 anos ainda disputará mais três provas no Japão: 400m livre, 100m costas e 50m borboleta, todos eles na classe S6.
Natural de Joinville, Talisson foi atropelado por um trem aos nove anos de idade. Ele perdeu o braço esquerdo e a perna esquerda. Seis meses depois, entrou para o Centro Esportivo para Pessoas Especiais (CEPE) e em 2004 passou a se dedicar à natação. Atualmente, é atleta da Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural Santa Maria, de São Caetano do Sul (SP).
Texto: Thiago Borges