Hemerson Maria irá retornar à Arena Joinville pela primeira vez quase dois anos depois de sua última passagem pelo JEC. Neste sábado, o comandante será um visitante e vestirá o preto e branco do Figueirense, mas, ainda assim, o encontro é especial pela história do técnico com o Tricolor. Em Joinville, segundo o estatístico Anderson Miranda, foram 119 partidas, com 49 vitórias, 38 empates e 32 derrotas, um aproveitamento de 51%. Neste período, comemorou o título da Série B de 2014, o acesso à Série A de 2015 e disputou três finais de Campeonato Catarinense (2014,2015 e 2016).
Em entrevista exclusiva para o “EJ”, Maria reconheceu que o retorno é marcante. Ele afirmou ter vivido momentos muito felizes no Norte do Estado e lembrou da boa relação que manteve com os torcedores do JEC.
– A sensação (de voltar à Arena) é a melhor possível. É um local onde eu fui muito feliz e tenho um respeito muito grande pelo clube. É um clube onde fizemos história, foi o maior título do Joinville. E eu tinha uma integração muito grande com o torcedor, que sempre me respeitou e me apoiou. Vai ser um prazer muito grande estar retornando à Arena, que é um dos grandes palcos de Santa Catarina – afirmou.
Hemerson Maria também falou sobre como espera a recepção do torcedor do JEC, o bom retrospecto em clássicos, os pontos fortes do atual time do Joinville e os motivos que causaram a queda do Tricolor nos últimos anos.
Acompanhe a entrevista completa abaixo em texto ou áudio.
Esporte Joinville – Como você imagina que será a recepção do torcedor do Joinville?
Hemerson Maria – O torcedor é passional, mas eu acredito que eu vou ser bem recebido porque o profissionalismo sempre foi uma das minhas marcas, assim como respeito às agremiações. Quando eu cheguei a Joinville, tinha uma história no Avaí e também uma história anterior no Figueirense. Nunca desrespeitei nenhum adversário, nunca diminuí nenhum adversário, sempre respeitei o torcedor e nunca causei nenhuma polêmica. Acredito que o torcedor do Joinville vai torcer pelo Joinville, mas vai me receber com respeito assim como eu respeito muito o torcedor do Joinville.
Esporte Joinville – Você tem um retrospecto muito bom em clássicos no Estado e já venceu os dois que disputou neste ano. Qual é o segredo para vencer jogos entre grandes rivais?
Hemerson Maria – Até para endossar o que você falou, eu disputei um clássico-rei no Ceará, pelo Fortaleza, e nós vencemos. Foi um clássico só, mas vencemos por 1 a 0. Em Goiânia, na minha passagem pelo Vila Nova, foram dez clássicos contra Goiás e Atlético-GO e nós não tivemos nenhuma derrota. O clássico é um jogo especial, onde o equilíbrio emocional, a concentração, uma boa preparação para que você consiga neutralizar o potencial do adversário, efetividade nas poucas oportunidades que vão aparecer, tudo isso é importante. Tem uma frase que eu utilizo que é: clássico você não joga, você ganha. E é o que fica marcado. É com esse intuito que vamos para aí, respeitamos muito o Joinville, respeitamos mesmo a história do Joinville, o torcedor, mas o Figueirense sai de Florianópolis com o intuito de conseguir uma vitória. Não preocupado com o tabu (de não vencer na Arena desde 2008), mas para seguir na liderança e seguir no nosso objetivo de reconstrução do clube.
Esporte Joinville – O que você pode explorar do time do Joinville para conseguir a vitória?
Hemerson Maria – Não tem nenhum ponto do Joinville que a gente possa explorar não. Até quero salientar aqui que estamos acompanhando, monitorando o Joinville e, embora o Joinville não tenha conseguido uma vitória, tem jogado bem. Fez um jogo contra o Hercílio Luz que poderia ter vencido, jogou bem contra o Avaí, teve uma infelicidade contra a Chapecoense no final do jogo, então é um adversário muito forte. O Joinville, independentemente do momento em que está, é um rival valoroso, um rival que tem história dentro do futebol catarinense e, como eu falei, tem uma camisa muito pesada assim como é a do Figueirense. A nossa expectativa é de um grande jogo. Respeitamos muito o Joinville e o respeito é a palavra que venho pregando para os atletas porque nós não podemos menosprezar em nenhum momento o Joinville. Sei o poderio dessa equipe.
Esporte Joinville – Na sua opinião, por que o Joinville caiu tanto nos últimos anos?
Hemerson Maria – Sendo bem sincero e bem direto como eu sempre fui, acho que tem uma pessoa aí em Joinville que é fundamental dentro da história do clube que é o Nereu Martinelli, que eu considero como meu pai. O Nereu, o João (Martinelli, irmão de Nereu), eles administravam o Joinville como se administrassem a casa deles, com um carinho enorme. Pode ver que após a saída do presidente Nereu a situação do Joinville se agravou mais. Por mais que ele fosse criticado, eu sempre o defendi. Ele é uma pessoa que controlava bem as finanças do clube. Nunca tive atraso de pagamento no Joinville, nunca houve problemas financeiros, nós recebíamos duas vezes por mês e o salário era pago antecipadamente. Toda condição de trabalho era dada, nós tínhamos uma equipe forte e começou a ter também um trabalho de base porque o presidente estava estruturando o departamento de base. Essa situação do Joinville se agravou após a saída do presidente Nereu. Eu não tenho dúvida disso.
Texto: Elton Carvalho
Foto: Luiz Henrique, FFC
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