O vôlei feminino em Joinville não tem equipe adulta, por conta do investimento que um time de alto rendimento custa. O objetivo do projeto é nas equipes de base (mirim, infantil e Sub-19).
“Quando as atletas passam dos 18 anos, buscam outras equipes, principalmente fora de Santa Catarina, porque aqui não é muito forte. O Estado mais procurado é São Paulo, onde o polo é maior”, relata Geraldo Matos, técnico da modalidade.
O foco, portanto, é todo nos times de formação. E para o ano que vem alguns planejamentos já estão sendo traçados para melhorar o desempenho da modalidade.
“Estamos procurando trazer mais gente pra ajudar. Com mais profissionais podemos melhorar nosso nível”, afirma.
Mas engana-se quem acha que o nível técnico da equipe ocorre apenas nos treinos com a bola. Para que o rendimento na quadra melhore, muitas vezes é preciso intensificar exercícios fora das quatro linhas. Para isso, o vôlei feminino de Joinville já sabe onde melhorar.
“Temos que dar sequência ao trabalho. Aperfeiçoar bastante a técnica e a condição física – que vai ser mais valorizada – e isso facilitará muito o trabalho. Quanto mais forte e rápida ficarem, mais fácil fica pra jogar”, explica Geraldo.
- Um ano bom: “completo”…
“Dá pra dizer que 2017 teve um saldo positivo”, avalia o técnico. No início do ano, equipe infantil conquistou o terceiro lugar na Copa Mercosul – competição com equipes do Brasil, Chile, Argentina, Peru . “Foi uma grande colocação”, afirma. Logo em seguida, o time participou do Festival Nacional de Estrelas e ficou em 8º lugar, dentre 10 equipes.
Já o time mirim subiu no lugar mais alto do pódio na Série Prata do Festival Internacional de Estrela. Participaram da competição 28 equipes, sendo do Brasil, Argentina, Peru, Uruguai e Chile. “É a nossa menor categoria e já conseguiram um bom resultado”. Depois de conquistas a medalha dourada, as meninas Sub-14 conseguiram uma ótima colocação na Taça Paraná – maior competição da categoria no país. Atuando contra os melhores times e jogadoras do Brasil, as joinvilenses voltaram pra casa com o quarto lugar.
- O mais importante do ano
Foi numa competição de Santa Catarina que o vôlei feminino surpreendeu e conquistou um resultado de rara felicidade.
“Com a equipe Sub-19 disputamos os Joguinhos e fomos campão invicto, sem perder nenhum set”, conta Geraldo.
O vôlei feminino não ganhava o título do Joguinhos há 13 anos. “Foi um ano mais completo, porque as três categorias se destacaram”, avalia o treinador
- Destaques
– Helena Wenk Hoengen (mirim), de 12 anos, é “uma super promessa. Bem alta, com uma desenvoltura bem avançada”. Ganhou o título de Jogadora Revelação no Festival Interncioanal. Por conta disso, foi elogiada pelo treinador do Praia Clube, que também é auxiliar do time adulto masculino.
– Gabriela Baggenstoss Stradiotto (mirim): Considerada a atleta mais valiosa (MVP) da Série Prata do Festival Internacional de Estrela – o significa que foi a melhor jogadora.
– Emili (infantil): Atua como ponteira e foi a principal referência do time durante o ano.
– Ana Paula Nunes (Sub-19): É levantadora… “tem muito talento, e habilidade acima da média”, revela Geraldo.
– Heloise Soares: Melhor levantadora da Série Prata do Festival Internacional de Estrela.
- Plantando para colher
A categoria mirim de Joinville está forte e com destaques. A preocupação da modalidade é dar sequência no trabalho para lá na frente obter os resultados.
“É um grupo muito forte fisicamente e tecnicamente. Nossa ênfase maior vai ser trabalhar nessas categorias para daqui uns dois anos tentarmos o feito de sermos campeões nos Jogos Abertos de Santa Catarina de novo”, relata o comandante.
- Renovação
Com a maioridade da atletas, elas deixam de compor o time de Joinville, e com isso a modalidade precisa subir as meninas das categorias inferiores para compor elenco. Por conta disso, o time infanto sofrerá baixas.
“Muito do time sub-19 estouraram a idade e a equipe deve ter uma queda no próximo ano. Por isso, já queremos jogar os Joguinhos de 2018 com a equipe Infantil para fortalecer essas meninas”, explica.
- A dura realidade
Hoje, a modalidade tem patrocínios e parcerias pontuais, porém não são suficientes para bancar todos os gastos, principalmente, nas grandes competições.
“Necessitamos muito de patrocínio. A Secretaria de Esportes ajuda com local de treino e gastos com viagem, principalmente quando são competições da Fesporte. Mas quando é Campeonato Estadual, Nacional, precisamos ter dinheiro pra pagar custo com a viagem, taxa de arbitragem…”, explica Geraldo Matos.
Sem condições financeiras próprias, muitas vezes as famílias das atletas são o alicerce da modalidade.
“Quando não conseguimos arrecadar dinheiro para cobrir os custos de competições como o Festival de Estrelas, que é muito importante para as atletas jogarem, a gente tem que pedir para que os pais das atletas paguem”, conta o treinador.
- E o vôlei de quadra masculino?
Os meninos também representaram muito bem a cidade em 2017. Quase pegaram pódio nos Joguinhos Abertos e Campeonato Estadual, onde ficaram em quarto lugar. Já nos Jogos Abertos de Santa Catarina, conquistaram, apenas com atletas da casa e montada às pressas, o terceiro lugar.
Fotos: Divulgação/Redes Sociais
Texto: Thiago Borges