O caso Hercílio Luz segue agitando os bastidores do futebol catarinense. Depois da divulgação de atuação irregular de jogadores chegar ao TJD-SC (Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina), a Federação Catarinense de Futebol (FCF) ser acionada e o próprio clube se posicionar publicamente, a pauta agora está na CBF, entidade máxima do futebol no país, antes de qualquer medida ser tomada.
É o que garante o procurador-geral TJD-SC, Mário César Bertoncini, à reportagem do Esporte Joinville. Segundo o procurador, a FCF lhe retornou os questionamentos sobre o caso, mas faltaram documentos da CBF, responsável pelo sistema BID (Boletim Informativo Diário). Ele aguarda o parecer da Confederação Brasileira de Futebol para tomar decisões sobre o episódio.
Se a CBF assumir a questão, a tendência é que o processo seja arquivado. Caso contrário, o trâmite siga com os procedimentos jurídicos legais. A manifestação da CBF deve ocorrer nesta quarta-feira.
Entenda o caso
A notícia que jogadores do Hercílio Luz atuaram em situação irregular caiu como uma bomba nesta terça-feira, semana que antecede o início das quartas de final do Estadual. Alguns jogadores constavam com contrato inativo no sistema da CBF, sendo que todo jogador tem estar regularizado no BID (Boletim Informativo Diário) para atuar em qualquer competição, seja estadual ou nacional.
O erro aconteceu na migração dos contratos do Hercílio Luz de clube associativo para SAF, em fevereiro. Os jogadores Matheus Aurélio, Jonathan Cabeça, Cleiton Savedra Garcia e Matheus Oliveira não tiveram a migração de seus contratos concluída. Assim, constava no BID apenas o encerramento do contrato no dia 2 de fevereiro, sem nova ativação.
Além do trio, Rafael Lima teve a continuidade oficializada no sistema da CBF com atraso e participou de uma partida infringido o Regulamento Geral de Competições da FCF, cujo registro tem que ser publicado até um dia útil antes de cada rodada.
Em nota, o Hercílio Luz disse formalizou a migração para SAF, “cumprindo todos os requisitos da Legislação, da Federação Catarinense de Futebol e da Confederação Brasileira de Futebol” e que uma falha no sistema deve ter causado o problema. “Entretanto, por uma falha de sistema, ao efetivar a migração dos contratos do Hercílio Luz FC para Hercílio Luz FC SAF, foram migrados apenas os contratos originários, sem considerar todos os aditivos de prorrogação”, finalizou.
Ciente de todo o caso, o Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina apura os fatos para apresentar ou não denúncia contra o time de Tubarão. De acordo com sanções previstas para tais irregularidades, o Hercílio Luz poderia perder até mais de 40 pontos, mudando a configuração da tabela do Estadual. O Leão do Sul seria rebaixado, livrando o Camboriú da queda, e o JEC se beneficiaria com a última vaga nas quartas de final, também garantindo classificação para a Série D de 2024.
Texto: Thiago Borges