O Joinville goleou o Atlético Catarinense por 4 a 0, na noite desta quinta-feira, e conquistou a primeira vitória no Campeonato Catarinense. O torcedor estava tão carente por um resultado positivo – eram nove jogos consecutivos sem vitória – que é natural a empolgação pelo resultado. Mas o placar reflete o que foi o jogo? O JEC entra de vez na briga pelo G8 agora?
É certo que o time mostrou evolução ofensiva com a chegada de Marcelo Martelotte, há quase duas semanas. Em contrapartida, por vezes se expõe demais defensivamente. No jogo contra o Atlético Catarinense, mesmo após os 2 a 0, deixou espaço pelo lado direto, por onde a equipe josefense finalizou por vezes com perigo contra a meta de Glauco – uma delas o goleiro salvou.
Há também carências no elenco, que prejudica o desempenho da equipe quando um ou outro jogador deixa o campo. É claro o exemplo com Kaio Wilker. Quando o camisa 10 é substituído, o time perde o meio-campo, fica sem criação de jogadas centralizadas. Ontem foi assim.
Substituído no intervalo por um problema muscular, sem o armador, o Tricolor criou situações de perigo só pelas pontas. Foi o ponto alto da equipe, inclusive, no jogo. Pedro Henrique e Lucas Douglas fizeram suas melhores partidas desde que estrearam. Agressiva, a dupla infernizou a defesa adversário em contra-ataques.
O sinal de alerta para a sequência do estadual é a vulnerabilidade defensiva. A postura do time em campo pode ser a explicação para as brechas encontradas pelo adversário. Jogando com suas linhas mais avançadas em boa parte do jogo, o time de Martelotte esteve vários momentos desprotegido pelos lados, principalmente o direito. O goleiro Glauco, por exemplo, deixou o campo sendo um dos destaques do JEC. Foram pelo menos quatro grandes defesas, uma cara a cara com David Batista, além de intervenções cirúrgicas dos zagueiros, só no segundo tempo. E há de se levar em consideração a fragilidade do adversário, lanterna do campeonato com apenas um ponto em seis jogos e nenhum gol marcado até agora.
Com a vitória, o Tricolor saltou da zona de rebaixamento para a zona de classificação do Estadual. É o oitavo colocado, com sete pontos. Tem pela frente agora cinco confrontos considerados mais complicados que os anteriores: Criciúma, Hercílio Luz e Concórdia, fora; Chapecoense e Avaí, em casa. Dos 15 pontos em disputa, precisa de pelo menos mais cinco (segundo histórico das últimas duas temporadas) para conseguir a classificação às quartas de final e lutar pelo principal objetivo do clube na temporada: vaga na Série D de 2014.
Texto: Thiago Borges