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Sem o Centreventos: uso compartilhado do espaço escancara a falta de praças esportivas em Joinville

Foto: Arquivo/EJ

Às vésperas do Festival de Dança, a utilização compartilhada do Centreventos Cau Hansen escancara um problema para o esporte joinvilense e a solução parece estar distante. Sem poder utilizar o local para treinos ou jogos, equipes de alto rendimento têm que encontrar alternativas para ‘driblar’ as dificuldades.

Recentemente, o Cau Hansen lotado vibrou com a conquista da Superliga B pelo Joinville Vôlei. Em 2017, viu a campanha sensacional do JEC/Krona Futsal, que deu ao clube o título da Liga Nacional. O espaço multiuso ainda abrigou jogos do Basquete Joinville. Agora, as equipes estão ‘desabrigadas’. E a paralisação durante o Festival de Dança não será a última em 2023.

No final do ano passado, a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) anunciou que Joinville será a cidade-sede da próxima edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBS 2023). Serão 15 dias de evento durante o mês de outubro, com atletas universitários dos 27 estados da federação. As festividades de fim de ano acabam impactando na utilização do Centreventos por parte das equipes, uma vez que o Cau Hansen começa a ser preparado no final de novembro e segue durante todo o mês de dezembro recebendo apresentações artísticas.

O que dizem os clubes

Tendo que compartilhar o espaço com as diversas atrações programadas para 2023, o supervisor de administração e marketing do JEC/Krona Futsal, Vitor Kortmann, lamenta ter que passar por essa situação por mais um ano e ressalta alguns agravantes.

– Este ano não teremos (a paralisação) só no mês de julho mas também em outubro, que é um mês muito importante para o clube porque já estamos na fase de playoffs, tanto de Liga Nacional quanto de Campeonato Catarinense – comenta Vitor.

O problema se arrasta por anos, e as alternativas são limitadas. Outros espaços esportivos não atendem as demandas do futsal. No centro de Joinville, o Ginásio Abel Schulz é um exemplo claro. O espaço não possui uma quadra com metragens oficiais que permitam receber os jogos. Um outro complicador para o clube, que só tem a sua disposição um equipamento público capaz de receber os jogos.

– O Ginásio da Univille e o Ginásio do Sesc, de certa forma, são da iniciativa privada. Temos ainda o complicador de que o Ginásio do Sesc está passando por uma reforma e deve estar disponível apenas na segunda quinzena de julho. Vale ressaltar que o problema não se trata somente dos jogos, mas também dos treinamentos. Ficar mudando de quadra em quadra para os treinos tem um impacto técnico, no próprio rendimento da equipe – complementa Vitor.

Além do futsal, o Joinville Vôlei também sofrerá impactos nos seus jogos durante a disputa da Superliga A. O clube tem como alternativa a utilização do Ginásio da Univille, parceira da equipe. O mesmo acontece com o Basquete Joinville, que manda seus jogos no campeonato estadual e vislumbra retornar ao cenário nacional.

O que diz a Prefeitura?

Segundo a secretária de Esportes, Caroline Antunes Rodrigues, a pasta tem ciência da necessidade de novos espaços, porém não tem planejamento orçamentário para isso. “O nosso orçamento é bem restrito”, alega.

A cidade que tem oficialmente, além do Centreventos, o CT Ivo Varella, o Ginásio Municipal de Ginástica Rítmica Perácio Bernardo, o Ginásio Abel Schulz, o Expocentro Edmundo Doubrawa e a Arena Joinville como espaços públicos para a prática esportiva, diz que estuda internamente algo para o futuro.

– Estudamos internamente opções de como podemos fazer essa instalação no futuro, mas nesse primeiro momento, orçamentariamente falando, não conseguimos colocar uma instalação de pé. Até porque, pensamos que Joinville comporta 5 mil pessoas, achamos que uma instalação para o porte de Joinville seria em torno dessa quantidade de pessoas – revela a secretária.

Em busca de soluções

Enquanto a prefeitura busca alternativas para erguer um novo espaço, os clubes seguem administrando a crise da forma que podem. Nos seus últimos jogos pelo estadual e pela Liga Nacional, o JEC/Krona mandou as partidas no Ginásio da Univille, mas a restrição de venda de ingressos é outra dificuldade a ser driblada.

– Em relação a capacidade de público, pela quantidade de sócios que temos hoje e de cortesias para os investidores que temos, somente o Centreventos Cau Hansen no possibilita a venda de ingressos. Em jogos no Sesc e na Univille não teremos a venda, por conta da capacidade. Isso é muito frustrante, porque a bilheteria é uma receita importantíssima para o clube e muitos torcedores, que não são sócios ou patrocinadores, não terão a oportunidade de asistir aos jogos do JEC/Krona Futsal que acontecem fora do Centreventos Cau Hansen – ressalta Vitor Kortamann.

Em 2022, um luz surgiu com a possibilidade de reforma do Ginásio Ivan Rodrigues. O espaço, que já recebeu o Festival de Dança, é também um lugar icônico para o esporte de Joinville. Principalmente nas modalidades de Futsal e Basquete, onde foram realizados grandes jogos de Ligas Nacionais, Jogos Abertos e competições estaduais. Por intermédio da Fundação Catarinense do Esporte (Fesporte), o Governo do Estado licitou a regularização e elaboração de um grande projeto de reforma e ampliação, mas a execução segue a passos lentos.

Outra solução é a defendida por Vitor Kortmann é deixar o Centreventos como uso prioritário para as equipes de alto rendimento. Segundo ele, as equipes representam o município em competições nacionais e internacionais e deveriam ter prioridade dentro do calendário do Cau Hansen.

– Enquanto não houver uma alternativa, uma solução definitiva para essa situação, que o Centreventos Cau Hansen volte a colocar como prioridade as equipes de alto rendimento da cidade, até que se encontre uma solução alternativa fixa. Que seja a construção de um novo ginásio, um novo espaço público, que atenda a todas essas demandas. Isso é o mais importante no momento – acrescenta.

Longe de resolver o impasse, a maior cidade de Santa Catarina segue arrastando os mesmos problemas. Enquanto isso, os clubes cumprem o seu papel levando o nome da cidade por onde atuam, mas sem quaisquer garantias de uma arena adequada para mandar seus jogos em casa.

Texto: Jota Amaral

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