Após os números nada positivos divulgados na reunião ordinária do Conselho Deliberativo, o ex-presidente Jony Stassun, que segue em viagem internacional, deu a sua versão sobre os dois anos à frente do Joinville. Em contato com a reportagem, o ex-dirigente lamentou o aumento da dívida e justificou o crescimento do passivo com a diminuição das receitas do clube.
Em 2015, no último ano da gestão de Nereu Martinelli, amparado pela cota da Série A, o JEC faturou R$40 milhões. Em 2017, na saída de Stassun, o clube teve um faturamento de R$14 milhões, com 185% de inferioridade em relação à temporada na primeira divisão.
“A queda de séries, os faturamentos, acompanharam as quedas. Se falou muito em gestão temerária, impeachment. O JEC sempre teve problema de déficit mensal em seu histórico. Porém, temos ativos no clube, jogadores que, somando os valores das multas, ultrapassam R$50 milhões“, declarou Jony Stassun.
A afirmação do antigo presidente sobre os déficits mensais é algo que incomoda o Joinville há muito tempo. Em 2014, por exemplo, todo mês faltavam cerca de R$300 mil nos cofres do clube, mesmo com as boas vendas das lojas Toca do Coelho. Ainda no ano em questão, o JEC só terminou a temporada com superávit pois antecipou uma parte da cota da TV do ano seguinte.
Nesta temporada, somando todos os problemas financeiros, o Joinville possui uma ausência mensal de R$280 mil. Este problema, segundo o atual mandatário, Vilfred Schapitz, só poderá ser resolvido com a venda de alguns dos ativos do clube: Eduardo Person, Madson, Rafael Grampola, Kadu, Marlyson e outros.
- O preço e as mágoas
A prestação de contas referente ao último ano da gestão foi basicamente o último compromisso oficial de Jony Stassun com o Joinville. A partir de agora, o ex-cartola retorna ao cargo de conselheiro ordinário, mas não influenciará diretamente nas ações do clube. Legalmente ausente da presidência desde a posse da nova diretoria, Jony, que já ocupou a cadeira de vice-presidente e diretor financeiro, também mostrou uma cerca mágoa com o desenrolar das coisas.
“A Série C não é atrativa e o futebol é muito caro. A exposição, as críticas e a falta de reconhecimento afastam quem está mais próximo ao clube. Porém, seguimos em frente. Nunca critiquei as gestões anteriores, pois no futebol temos que procurar soluções”, completou.