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Jogador do Marcílio denuncia racismo na Copa SC e JEC emite nota de repúdio

Foto: Thiago Borges/JEC

Durante partida entre Joinville e Marcílio Dias, válida pela primeira rodada da Copa Santa Catarina, o jogador Victor Guilherme, lateral direito do Marinheiro afirmou ter sido vítima de insultos racistas proferidos na arquibancada da Arena Joinville enquanto ele se posicionava para a cobrança de um arremesso lateral.

O jogador chegou a relatar para arbitragem da partida, mas na súmula o árbitro do jogo, Igor da Silva Albuquerque, registrou que ele e sua equipe não ouviram tais insultos e seguiram com o jogo.

“Aos 35 minutos do segundo tempo, fui informado pelo atleta n° 2 Victor Guilherme da Silva Cavalcante da equipe Marcílio Dias, veio até mim árbitro da partida, relatou ter sofrido injuria racial por um torcedor que se encontrava junto a torcida do Joinville, o atleta informou que foi chamado, (*), informo que no momento a equipe de arbitragem não ouviu e deu continuidade a partida normalmente”, registrou o árbitro.

O jogador do Marcílio ainda foi advertido com cartão amarelo por retardar a cobrança de lateral em um outro momento quando alegou novamente a mesma situação.

Clube de Itajaí emite nota

No início da manhã deste domingo (28) circulava nas redes sociais nota do clube de Itajaí sobre o caso. Confira abaixo:

Nota oficial: Racismo. Até quando?
O Clube Náutico Marcílio Dias encontra-se estarrecido e indignado com mais um ato de racismo durante a prática de futebol profissional, desta vez com um atleta do próprio Clube, o lateral Victor Guilherme. 
O atleta alega ter sido ofendido de “negro filho da puta” por um torcedor do Joinville, durante a partida, antes de uma cobrança de lateral. Victor Guilherme levou o fato ao trio de arbitragem, que colocou em súmula:
“Aos 35 minutos do segundo tempo, fui informado pelo atleta n°2 Victor Guilherme da Silva Cavalcante da equipe Marcílio Dias , veio até mim árbitro da partida, relatou ter sofrido injúria racial por um torcedor que se encontrava junto a torcida do Joinville”.
Minutos após o ato, o agressor – que havia se escondido de acordo com Victor Guilherme – voltou ao local das ofensas e foi identificado pelo atleta antes de uma cobrança lateral no mesmo local das injúrias iniciais. O mesmo apontou ao árbitro Igor da Silva Albuquerque, que advertiu o atleta do Marcílio Dias, vítima de racismo, com cartão amarelo, por “retardar excessivamente a execução de um arremesso lateral ou tiro livre”.
Ou seja: ao tentar fazer seu direito de denúncia de um ato de racismo e que o torcedor fosse identificado e levado às autoridades competentes, a vítima do ato racista foi advertida com cartão amarelo.
É estarrecedor que estes fatos continuem acontecendo no futebol, e na sociedade como um todo, e que punições severas aos racistas deixem de acontecer. Racismo é crime inafiançável previsto na Constituição e em leis como a 7.716/89. Cabe a nós reprimir, denunciar e fazer com que o racismo seja eliminado de uma vez por todas do convívio social.
O Marcílio Dias se solidariza com o atleta Victor Guilherme. O Clube, que leva o nome de um herói nacional negro – neto de escravos – não irá se calar e irá cobrar da Federação Catarinense de Futebol e demais órgãos competentes maior rigor e punições severas a estes fatos completamente lamentáveis e indignantes.
Temos que dar um basta no racismo!

JEC se posiciona sobre o tema

No final da manhã deste domingo o Tricolor também divulgou nota oficial se posicionando sobre o assunto e repudiando casos de racismo. Leia a nota abaixo:

NOTA DE REPÚDIO
O Joinville Esporte Clube tomou conhecimento e lamenta profundamente o caso de racismo relatado pela atleta Victor Guilherme, lateral do Marcílio Dias, no confronto pela rodada de estreia da Copa Santa Catarina, neste sábado (27), na Arena. Já na manhã deste domingo (28), assim que soube do fato, o presidente do JEC, Charles Fischer, entrou em contato com o presidente do Clube Náutico Marcílio Dias, Hercílio Henrique de Mello Tristão, e com o jogador Victor Guilherme, se colocando à disposição para qualquer contribuição e suporte.
O Joinville é um clube de todos, e tem muito orgulho disso. Na nossa história estão marcas de povos de várias partes do mundo. Nosso primeiro gol foi marcado por um negro, Tonho “Cabeça de Fé”. Nossa maior revelação é um negro, o volante Ramires, com participação em duas Copas do Mundo. Além de tantos outros atletas e de etnias diversas que representaram e representam a nossa camisa. Manifestamos total repúdio a qualquer manifestação de cunho racista ou preconceituoso e temos certeza de que a absoluta maioria da torcida jequeana também repudia atos dessa natureza. Preconceituosos não nos representam!
A Federação Catarinense de Futebol ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre o tema até o fechamento desta matéria.
Texto: Jota Amaral
(*) Excluímos do texto as ofensas proferidas pois não compactuamos com tais insultos.
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