Com pouco mais de dois meses para o início do Campeonato Catarinense de 2024, um impasse sobre o uso da Arena Joinville colocou JEC e Nação em rota de colisão. A tensão nos bastidores surgiu após a proposta de um novo contrato para o uso das instalações feito pelo Tricolor ao Leão, que avalia não disputar a competição em Joinville.
O embate fora das quatro linhas veio à tona depois de discussão durante o 89 Esportes e também repercutido pelo jornal O Município. Atualmente, o Nação tem um acordo para o uso das instalações com Joinville no valor de R$ 10 mil reais mensais. Com as duas equipes atuando na primeira divisão do estadual, o JEC entendeu que as exigências mudam e, por conta destas mudanças propôs um reajuste e passaria a cobrar R$ 250 mil para uso das instalações durante a competição.
– Seria utópico manter o mesmo acordo, de R$10 mil reais mensais, que anteriormente era utilizado na segunda divisão estadual, período em que o Joinville autorizou o Nação para que utilizasse as dependências da praça esportiva – justificou o JEC através de nota oficial.
Segundo o Tricolor, o custo de R$ 50 mil por jogo aproximadamente – seriam cinco jogos como mandante do Leão – estaria baseado nos patamares estabelecidos pela Federação que seriam diferentes da Série B. “A Federação Catarinense de Futebol possui diversas exigências para a realização do Campeonato Catarinense da Série A”, informou a nota.
O JEC ainda pede que, caso o Nação seja mandante no confronto entre os dois joinvilenses, sejam resguardados os direitos de uso dos espaços utilizados pelo Tricolor dentro da Arena.
– Caso seja mandante em confronto diante do próprio JEC, reservar o direito de uso todas as suas instalações ao Tricolor, como sala de imprensa, vestiário mandante, camarotes e entradas específicas – diz a nota do clube.
Nação discorda da cobrança
O presidente do Nação, Tiago Reis afirmou no final da última semana que o clube não irá arcar com os valores propostos e pretende mudar “casa” como aconteceu em outros anos, disputando competições em Canoinhas e Ibirama.
– Do nada essa semana a gente recebeu um outro contrato deles (do JEC) um outro contrato, com outras exigências, mas já temos um contrato em vigência. Então não tem como mudar algo que está em contrato. Então não vamos aceitar – afirmou Tiago.
Caso o clube não consiga chegar a um acordo com o Joinville, Jaraguá do Sul – que no próximo ano não terá clubes na primeira divisão – seria a primeira opção para se tornar a casa do Nação. Mas o mandatário prefere aguardar para definir uma possível mudança para a cidade vizinha.
– É a praça mais perto. Tivemos problema ano passado, tivemos que jogar em Ibirama pela mesma situação. Mas entendemos que é um processo, faz parte e vamos aguardar o que vai acontecer – afirmou.
Sesporte não foi procurada
A Secretaria de Esportes (Sesporte) do município alega não ter sido ouvida na discussão por nenhum dos dois clubes e, em nota, afirmou que a palavra final sobre o uso da Arena é dela. Para a Secretaria, o direito de uso do estádio não é exclusivo do Joinville.
– O Termo de Permissão e Direito de Uso, assinado em 2019, prevê os deveres e direitos do Joinville Esporte Clube. É liberado ao JEC, por exemplo, explorar algumas áreas comercialmente. Entre as obrigações, está a manutenção do gramado. E o direito de uso do espaço não é exclusivo.
Segundo a nota, não deveria existir cobrança para o uso da Arena. A Secretaria justifica que o Decreto 45.887 prevê que a própria pasta seja a responsável pela liberação do espaço para a utilização por associações e equipes esportivas e que a cobrança seria improcedente.
– Na liberação feita pela Secretaria de Esportes não há cobrança de taxa na utilização da Arena para clubes profissionais de Joinville que sejam filiados à Federação Catarinense de Futebol – conclui.
Texto: Jota Amaral
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