O Joinville voltou a registrar atraso do Internacional no pagamento de valores referentes à venda do volante Anselmo ao futebol árabe há quase dois anos. Estão pendentes as duas últimas cotas da dívida do Colorado com o Tricolor, que tinha 35% dos direitos econômicos do atleta.
Uma delas é a 16ª prestação de 16 fixadas no valor de R$ 93 mil. O débito venceu no dia 25 de março. Apesar da quantia estipulada em contrato, apenas R$ 73.876 mil chegam aos cofres do JEC. Há alguns meses já, cerca de R$ 20 mil está sendo retido pela Justiça para pagamento de uma ação trabalhista do jogador Pereira contra o clube.
A outra parte pendente é um “balão” (verba maior), que deveria ter sido pago até o dia 10 também do mês passado. A direção do Joinville considera o montante, não divulgado, primordial neste período de paralisação por conta do novo coronavírus.
– A gente contava com esse valor, mas o Inter não está nos dando nenhum sinal de que vai nos pagar. Isso daria um alívio em alguns dívidas que a gente ainda tem com funcionários, atletas e ações judiciais – revelou Luís Carlos Guedes, CEO do Joinville, em transmissão ao vivo na página do clube.
Com os valores em mãos, o Coelho pretende sanar a última parte do 13º salário de 2019 dos jogadores e funcionários que ficou pendente. Na ocasião, a diretoria do clube tinha a quantia necessária na conta, mas uma ação judicial bloqueou o valor e comprometeu o pagamento no prazo.
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Anselmo foi negociado pelo Internacional com o Al Wheda, da Arábia Saudita, em junho de 2018, por 3 milhões de euros. Deste valor, 35% pertenciam ao JEC.
Na ocasião, o Tricolor esperava receber o valor integral da sua parte na transação, mas não foi o que aconteceu. O Colorado utilizou o dinheiro para pagar outras dívidas. A partir daí, foram semanas de negociação até se chegar a um acordo.
Segundo apurações na época, o contrato assinado entre os clubes estipulava o pagamento de R$ 400 mil de entrada, R$ 150 mil no mês de novembro e R$ 150 mil no mês de dezembro. O restante seria repassado em 16 parceladas de R$ 93 mil. Mas logo nos primeiros meses de 2019, o Inter atrasou os pagamentos.
Duas prestações chegaram a ficar pendentes e diretores que estavam no Tricolor naquele tempo ameaçaram acionar os gaúchos no tribunal da CBF para fazer valer as cláusulas do contrato. Desde então, a situação estava aparentemente normalizada.
Texto: Thiago Borges
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