O ex-presidente e atual conselheiro do Joinville Esporte Clube (JEC), Charles Fischer, lançou uma proposta para iniciar estudos sobre a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por meio do Conselho Deliberativo, visando enfrentar a crise financeira que persiste e modernizar a gestão esportiva. A sugestão surge em meio ao contexto de recuperação judicial do clube, com o objetivo de atrair novos investimentos e promover o retorno do JEC às principais divisões do futebol brasileiro. Em sua proposta, o conselheiro destacou que a intenção é contribuir com soluções inovadoras para superar os desafios.
– Reconhecemos e valorizamos profundamente o esforço da atual gestão para estabilizar as finanças do clube, mas o cenário ainda é preocupante. Precisamos de investimentos mais robustos para recuperar a força do Joinville dentro e fora de campo – afirmou.
O JEC, que atualmente ainda acumula dívidas significativas, estaria, segundo o conselheiro, em uma posição favorável para atrair investidores interessados em ajudar a reestruturar o clube. Com a criação da SAF, haveria um ambiente mais transparente e seguro, o que poderia despertar o interesse de empresários dispostos a colaborar com a retomada do sucesso esportivo e financeiro do clube.
A proposta, encaminhada ao presidente do Conselho, Alexandre Poleza, foi reforçada com exemplos de outros clubes brasileiros que, ao adotarem o modelo SAF, conseguiram reverter cenários de crise.
– Botafogo, Vasco da Gama e Cruzeiro já trilharam esse caminho, atraindo grandes investimentos e voltando a disputar competições de forma competitiva. O Joinville pode e deve seguir por essa trilha de profissionalização e crescimento – ressaltou Fischer.
O conselheiro sugeriu que o tema seja abordado na próxima reunião do Conselho Deliberativo, e se colocou à disposição para colaborar ativamente no desenvolvimento desse projeto. Ele também destacou a importância de se analisar casos de sucesso de outras equipes, reforçando a crença de que a SAF pode ser um ponto de virada para o futuro do JEC.
Contando com apoio de outros conselheiros, Charles acredita que a expectativa é que a discussão sobre a criação da SAF comece a ganhar força no clube, visto que muitos torcedores e membros do conselho têm demonstrado preocupação com a situação atual. “Essa pode ser a chave para o retorno do JEC ao topo do futebol nacional”, concluiu o ex-presidente.
O que dizem Conselho e a Diretoria Executiva
Segundo Poleza, o matéria está no “radar” do Conselho do JEC, mas não pode ser pautada por um único conselheiro. “Nenhum conselheiro tem autonomia para propor pauta dentro do conselho, isso é uma definição da própria mesa diretora”, explicou. No entanto, a matéria é de interesse e deve ser discutida dentro do colegiado, mas seguindo os trâmites internos e sem que seja no “atropelo”.
– No caso específico da SAF, isso já tá no nosso plano desde o início do ano, só que em função das mudanças que tivemos que fazer do Estatuto e das outras reuniões ordinárias que nós temos que cumprir, aí acabou não dando tempo. Não sei quando a gente vai botar em pauta, até porque é um estudo que tem que ser feito antes. A gente tem uma proposta que na época foi aprovada por uma comissão que foi instaurada dentro do conselho, que não era o meu mandato., Então tem que revisitar esse estudo, verificar uma data correta, então não dá para fazer no atropelo – explicou Poleza.
O presidente do Tricolor, Darthanhan Oliveira, tem clara a importância da SAF dentro do atual cenário. De acordo com Oliveira, o momento é pertinente para retomar as discussões e estudos sobre o tema, uma vez que, o quadro atual permite ao clube ter maior poder de oferta em uma eventual negociação com investidores. O mandatário do clube deve se encontrar em breve com o presidente do Conselho, e o tema deve ser colocado na pauta do encontro.
– Agora o Joinville tem previsibilidade, algo que um ano atrás não tinha. A gente tem calendário, novamente, tem previsibilidade de gestão, uma gestão de quatro anos, então isso atrai conversa com investidores. E temos recorrência em recuperação judicial, já 16 parcelas sendo pagas, então é um cenário diferente para a gente voltar a debater. Para investimentos robustos, o que a SAF permite que tenha. Essa é minha opinião sobre esse tema, que vai ser debatido, esmiuçado, para ver o momento ideal, o modelo ideal, investimentos ideais – ressaltou Darthanhan.
Atualmente, o JEC disputa a Copa Santa Catarina e busca a classificação para as semifinais da competição. A Copa é a primeira de quatro competições que o clube pretende disputar nos próximos 18 meses, denominados de “A Jornada”. Em 2025, o Joinville inicia o calendário com o Catarinense e terá ainda a Série D do Brasileiro e a Copa Santa Catarina do próximo ano.
Da redação.