Promover a saúde, a inclusão social, a autonomia e o lazer. Essa foi a proposta do Dia do Esporte e Lazer Adaptado, que reuniu cuidadores, familiares e pacientes atendidos pelo Serviço Especializado em Reabilitação – SER Joinville. O evento aconteceu nesta terça-feira, dia 10, e foi realizado pela Secretaria da Saúde (SAS), por meio do SER, em parceria com a Secretaria de Esportes (Sesporte) e com o Centro Esportivo para Pessoas Especiais (CEPE).
Durante a programação, profissionais das Unidades e educadores físicos, acompanharam as crianças em atividades como basquete, vôlei sentado, circuito funcional, bocha adaptada e atividades sensoriais para bebês. Para os cuidadores e familiares dos pacientes, alunos do curso de Enfermagem do Bom Jesus/Ielusc fizeram aferição de pressão arterial e deram orientações sobre hipertensão.
— Pensamos nos pacientes e também conseguimos cuidar de quem cuida deles. É um momento de fortalecimento entre o público que atendemos, as famílias e dos próprios serviços do SER. Neste evento, conseguimos mostrar às pessoas que elas são capazes de participar, praticar atividades físicas e até mesmo se tornar atletas — afirma a coordenadora do SER Joinville, Cleide Bernardes.
De acordo com a coordenadora do CEPE, Ana Maria Teixeira, além do efeito terapêutico, a prática de atividades físicas é uma ferramenta para o desenvolvimento da autoestima, do protagonismo e da inserção. Mas é preciso que os familiares permitam e incentivem a prática desportiva.
— Temos testemunhos de pais e familiares que desconhecem as potencialidades dos seus filhos. Em eventos como o Dia do Esporte e Lazer Adaptado, tentamos despertar o interesse pela prática. Não precisa ser de competição, pode ser por lazer, participação. A própria criança pode descobrir as suas formas de se incluir e de ser participante — explica.
Para mostrar que o esporte pode abrir um novo universo de oportunidades, o Dia do Esporte e Lazer Adaptado recebeu a visita especial do paratleta Mychael Teixeira da Silva. Vítima de paralisia cerebral, começou a praticar esporte aos seis anos de idade. Hoje, aos 14, é medalhista de prata das Paralimpíadas Escolares Brasileiras, na prova dos cem metros rasos.
— O esporte paralímpico me ajudou a crescer e mostrou que, mesmo com a minha deficiência, sou capaz de ir em frente. E no ano passado, foi muito emocionante representar Santa Catarina em uma competição nacional — conta Mychael.
O jovem paratleta é um dos personagens que ajudaram Joinville a se tornar referência nacional em paradesporto. De acordo com o secretário de Esportes, Douglas Strelow, a meta é, cada vez mais, equiparar a atividade ao esporte convencional.
— Nosso objetivo é oferecer à comunidade acesso às atividades e, também, atuar efetivamente no alto rendimento, participando dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc). Em 2017, além de sermos campeões, levamos a maior delegação de paratletas. Nosso objetivo é continuar neste ritmo — afirma.
A trajetória de Mychael mostra que a dedicação e a confiança valem a pena. De segunda a sexta-feira, ele toma quatro ônibus para ir de casa ao local de treinamento. São cerca de duas horas diárias de treino e o sonho de participar das Paralimpíadas de 2024, em Paris.
— Um dia me perguntaram se eu sabia que estava sonhando. Eu respondi que a águia não nasce voando, mas ela sabe que um dia vai voar. Eu não nasci com o meu sonho realizado, mas sei que vou alcançá-lo. Para as crianças que têm algum tipo de deficiência, como eu, digo que devem seguir no esporte e não desistir — incentiva Mychael.
Fotos e Informações: Prefeitura de Joinville