Após visita do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, na última semana na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Rio de Janeiro, a ideia de que a Série D do Campeonato Brasileiro poderia ter um acréscimo no número de participantes passou a ser ventilada. Porém, nesta semana, em nota ao site Globo Esporte (ge.com), a entidade máxima do futebol nacional negou a possibilidade.
A medida poderia beneficiar o Joinville, criando uma quarta vaga para o futebol catarinense. Atualmente o estado tem três participantes na divisão. Em 2023, Hercílio Luz, Camboriú e Concórdia disputaram o acesso para a Série C mas ficaram pelo caminho. No próximo ano, Hercílio e Concórdia estão novamente na competição juntamente com o Barra, que garantiu vaga no estadual deste ano ao terminar a competição na sétima colocação com um ponto a mais que o JEC.
Para o GE, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirmou via assessoria de imprensa que “não existe essa possibilidade”, fazendo referindo a ampliação da Série D. A declaração indica que a última divisão do futebol nacional permanecerá com os atuais 64 clubes, classificando os quatro melhores para a Série C.
Criação da Série E
Há cerca de duas semanas, Evandro Carvalho, admitiu ao portal NE45 que foram feitos estudos para a possível criação de uma nova divisão no futebol nacional que seria chamada de Série E e abrigaria clubes atualmente sem divisão, caso do Joinville, Santa Cruz (PE) e do Paraná Clube (PR), por exemplo.
– Eu pensei, nós pensamos nisso. A ideia não é ruim porque, em tese, aumenta a pirâmide, você amplia o número de jogos. No primeiro momento, eu inclusive propus isso, outros presidentes também no ano passado, no ano retrasado. A gente já pensou nisso várias vezes. Quando se pensa nisso você manda fazer estudos de viabilidade técnica, depois econômico-financeira e o que a gente chama de estudo de viabilidade de evolução e aprimoramento do futebol – revelou Evandro.
Para Evandro, o que ficou evidente é que a criação de uma Série E iria na contramão daquilo que os clubes buscam, chegar rapidamente à primeira divisão nacional. Para ele, uma nova divisão aumentaria ainda mais a distância para o topo das competições nacionais.
– Então, depois que a gente fez esses estudos e análises, a conclusão é que, apesar de momentaneamente ser bom e aumentar a pirâmide, no fim é prejudicial aos clubes. Por quê? Porque o principal objetivo é encurtar a distância da Série A para a divisão de acesso, que hoje é a Série D. Se criar a E, aí o clube tem que sair da E para a D, da D para a C, da C para a B… Não tem como fazer tudo isso em pontos corridos, vai ter que ser mata-mata. Quando faz mata-mata privilegia o clube menos qualificado e que não tem investimento nenhum e com estádio ruim. E se não botar em estádio ruim não tem jogo – conclui, em entrevista ao portal de esportes nordestino.
As discussões sobre a ampliação do calendário nacional para clubes tradicionais que estão fora das divisões do futebol não é nova e segue em pauta. No entanto, ao que tudo indica, o retorno do Tricolor para a disputa destas competições deverá seguir o mesmo caminho dos últimos anos, até que surja algum fato novo no futebol brasileiro.
A última participação do Tricolor na Série D foi em 2021. A equipe foi eliminada nas oitavas de final para o Uberlândia nos pênaltis. Mesmo tendo vencido no tempo normal, a equipe deperdiçou três cobranças nas alternadas e se despediu da competição.
Texto: Jota Amaral