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Beto Bett: “Com quantos milagres se faz um santo?”

Foto: Divulgação/JEC

* A opinião deste jornalista não reflete a opinião do Esporte Joinville.

O Joinville Esporte Clube ainda pode ser campeão catarinense, conquistar vagas na Série D e Copa do Brasil de 2026, encher os olhos dos seus torcedores e dar alegrias a essa sofrida nação, mas o JEC saiu de Xanxerê com a desclassificação moral do Catarinense 2025. Esse foi o meu sentimento após a sequência de acontecimentos nos minutos finais da rodada 11.

Foi um milagre (mais um). Bráulio da Silva Machado intercedeu pelo Joinville, logicamente sem intenção. Na transmissão da ND FM, tinha recém iniciado o pós jogo quando defendi abertamente a saída de toda a gestão de futebol. Felipe Ximenes, Luciano Fidêncio e Hemerson Maria. Aí veio a anulação do gol do Barra. Me veio em mente o santo forte que tem Hemerson Maria, e parece ser apenas com a camisa do Joinville.

Abre-se aqui um parênteses: respeito o quanto ele trabalha como ser humano e detém o maior título da história deste clube.

Sua atuação em Xanxerê foi vergonhosa. Mais uma. Enquanto o Marcílio virava sobre o Figueira, e o Barra comemorava um gol irregular, o JEC terminava a partida com a Chapecoense (de Gilmar Dal Pozzo!) em um 5-2-3! Laterais defensivos, o meio-campo formado por Yalle e Vini Paulista, dois destruidores. Um “ataque” formado por Danilo Matielo, Marcinho e, pasmem, João Mafra.

Um time com característica covarde, com a pretensão apenas de se defender e segurar um empate, e que jamais poderia ser considerado por um clube de futebol lutando pela sua sobrevivência – no campeonato e no CNPJ.

E aí faço questão de lembrar de outros milagres que fizeram o Joinville se classificar como 8° (!) do Catarinense:

Marcinho ter um impacto absurdamente fantástico em menos de 90 minutos somados;

Marcos Brazion ter acertado dois chutes mágicos contra o Santa Catarina;

– O boicotado João Mafra, que aguardou sua chance e é um co-responsável pelo Joinville ter somado 4 pontos nas últimas duas rodadas;

Yalle pelo segundo ano consecutivo ganhando a posição de volante (com méritos) em cima de contratados pela gestão. Chegou a ser testado de zagueiro nos treinamentos de Hemerson Maria e precisou ser convencido do contrário;

– O preterido Ernandes, aos 37 anos, ter construído 2 assistências em jogos distintos e ser o líder da equipe no quesito (isso não quer dizer que merece ter a renovação do seu contrato, que encerra no Catarinense);

Cristian Renato ter anotado 5 gols pela primeira vez na carreira por um mesmo clube (em 11 jogos!) e ganhar a posição daquele que veio para ser o homem gol, Caion;

Foto: Leonardo Hubbe/Divulgação/JEC

E sabe porque todos foram milagres? Hemerson foi obrigado a lançar a maioria deles. Não a toa ele elogia o elenco formado por “homens, homens de caráter”. Uma das frases mais clichês do futebol.

É válido lembrar aqui o time treinado por Hemerson Maria na maior pré-temporada de todos os clubes da elite do Catarinense:

Bruno Pianissola; Danilo Belão, Naldo, Guti, Léo Rigo; Vini Paulista, Breno Santos; João Macario, Júlio César, Keké; Caion.

Por lesões, Caion e Júlio perderam o início do campeonato. Keké idem, ainda que teve condições de jogar alguns minutos. Kennedy iniciou de titular mas seria reserva de Keké. Acabou lesionado também. Foi obrigado a usar Lucas de Sá após as péssimas atuações de Rickelme Lopes. João Macario prefiro nem comentar. Ser lembrado aqui, agora, já é o suficiente.

O fato é que a pré-temporada de muito trabalho, a melhor da carreira de Hemerson Maria, como ele mesmo intitula, e que eu acompanhei ininterruptamente até o inicio dos amistosos, não se caracterizou em um time vencedor. Pelo seu conservadorismo durante o Catarinense, quase que o restou ficar chutando o nada, sob um coro de “eliminado” da torcida da Chapecoense, em Xanxerê.

E não pensem que a gestão Darthanhan, Felipe Ximenes (o ancião do futebol, na prática), e Luciano Fidêncio, serão esquecidos aqui. Muitas vezes apelaram para Deus durante essa campanha. Pouco interferiram no apequenamento do Joinville nesse estadual.

“Os outros times oscilaram também”;
“Não é jogo do nosso campeonato”;

Tenham vergonha.

Respeitem a história do Joinville Esporte Clube. Protagonizem algo diferente do que mais do mesmo.

Tenho a sensação de que esses mesmos não merecem vencer com a camisa do Joinville, pois a “perna” que viria após um cenário positivo seria intragável. O fio da navalha, a corda no pescoço o tempo todo, segura e muito esse cenário. “Nós sabemos, vocês (da imprensa) e a torcida não sabem”, foi a frase que mais ouvi na pré-temporada dos gestores do futebol.

Podem usar esse texto do “nós contra eles” essa semana para o jogo contra o Criciúma. Eu deixo. Façam o que for preciso para que o JEC tenha calendário garantido em 2026 e elimine o Criciúma em pleno Heriberto Hulse.

Vocês sabem que eu torço por isso.

Que venha um novo milagre para eu mesmo transformar Hemerson Maria em santo. Do contrário, mais um vexame daquele que se acostumou a ser coadjuvante nos últimos anos.

Por: Beto Bett

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