Na manhã desta quarta-feira (4), o Joinville apresentou Leonardo Roesler como novo diretor de futebol, em coletiva na sala de imprensa da Arena. O advogado, de 33 anos, falou sobre os planos que já traçou para o clube. Dentre eles, o mais importante: implementar um projeto esportivo no Tricolor.
– O pilar fundamental do planejamento é o legado para o futebol. Vamos fazer uma profunda profissionalização no departamento de futebol. De que forma nós vamos fazer isso: reestruturando o projeto esportivo. E essa vai ser de fato a minha função: gerenciar esse projeto. Isso parte também pela vinda de um diretor executivo de futebol, pra que possa tocar dentro de campo e executar todos essas mudanças que nós estamos fazendo. O diretor executivo é quem executará o planejamento da diretoria, do qual o projeto esportivo vai dar todo o ‘norte’ – revelou o novo diretor.
Léo, como também é chamado, explicou, ainda, como deve funcionar na prática o departamento de futebol do clube a partir do próximo ano, quando deve ser contratado o executivo para o setor. A ideia é concluir o projeto esportivo até início de dezembro.
– Nós vamos fazer dentro do Joinville algo que o Joinville talvez nunca tenha feito e que hoje tem a oportunidade. Nós vamos criar para o Joinville um perfil de atletas, um perfil de contratações. O nosso grande objetivo é criar como se fosse um guia do Joinville, como um ‘playbook’. Ou seja, o profissional que chegar no clube, seja ele treinador, diretor executivo, preparador físico, qualquer membro de comissão, ele vai receber esse ‘playbook’. E ali ele vai encontrar a história do Joinville, o perfil que o Joinville quer de profissional, o perfil de atleta e de que forma ele vai se enquadrar no Joinville Esporte Clube. Vamos criar mecanismos de controle do clube, para que o futebol não fique prejudicado e a gente caia na vala comum de ‘contrata e descontrata’ ao longo do tempo.
“Definido o perfil desses atletas, tudo começa a ficar um pouco mais tranquilo para nós dentro dessa análise de mercado. Com os mecanismos de controle, a gente acaba com essa questão de o treinador chegar, botar e impor. Vamos criar dentro do DNA do ‘Jogo JEC’ – vamos começar a chamar dessa maneira – um forma e um modelo de jogo próprio para o clube. Ou seja, o treinador já vai saber o modelo do clube. E isso vai fazer, automaticamente, que o clube economize, não faça contratações erradas e diminua essa margem de erro. O que de fato a gente precisa é diminuir essa margem de erro. Isso na Série D é muito curto”, concluiu.
De acordo com Roesler, a metodologia vai funcionar para o departamento profissional e de base. Assim, quando os atletas subirem já estarão habituados aos movimentos que precisam executar em campo. Pra quem vive o futebol, pode ter associado o projeto ao Athletico-PR, que tem uma metodologia própria há alguns anos. E, segundo o gestor, a comparação é válida.
– De fato é um modelo muito similar. Eu tenho muito proximidade dos profissionais que estão e que já passaram pelo Athletico. Eu estudei com vários deles e a gente troca muito ideia desse segmento. De fato, sobre essa implementação da ideia de jogo e de metodologia, eu vou ser um cara muito metodológico. E esse alinhamento passa também pela categorias de formação do clube. Para que o atleta quando suba da base para o profissional, se sinta em casa, porque ele já vem jogando assim há três, quatro anos. Tudo isso já vai estar mapeado nesse modelo de jogo que a gente está traçando. Esse é o pensamento macro do projeto.
Leonardo Roesler já foi gerente jurídico do JEC entre 2009 e 2017, presidente do Joinville Basquetebol Associados (clube joinvilense de basquete antes da fundação da AABJ) no início da década, e, mais recentemente, como diretor executivo da Uni Bilingual School estabeleceu parceria com a NBA Academy School.
Na área do futebol, o profissional é formado três cursos de gestão em instituições diferentes: CBF, La Liga (Liga Espanhola) e London School (Londres).
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Texto: Thiago Borges
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