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Após empate com Barra, técnico do JEC alerta para fator emocional do elenco: “Está inseguro, falta confiança”

 

A estreia de Marcelo Martelotte no JEC não foi bem como o técnico esperava. Diante do Barra, adversário direto do time no Estadual, o Tricolor ficou somente no empate, jogando em casa. Não conseguiu a primeira vitória na competição e, de quebra, saiu mais um vez de campo sem marcar gols – questão que foi bastante enfatizada pelo treinador em sua chegada.

O resultado foi péssimo para as pretensões do Joinville no campeonato – classificar para a próxima fase para buscar vaga na Série D de 2024. Pior ainda, o 0 a 0 manteve o time da zona de rebaixamento da competição. E lutar contra a queda passa a ser encarada como prioridade agora no clube.

Depois de uma semana cheia de treinos, Martelotte não saiu nada satisfeito com o que o elenco apresentou dentro de campo. “Saio decepcionado e frustrado pelo resultado diante do nosso torcedor (…) Faltou criatividade, faltou criar oportunidades pra que tivéssemos um volume maior ofensivamente. A gente precisa corrigir alguns aspectos o mais rápido possível”, reconheceu, em entrevista coletiva após o embate.

Marcelo Martelotte, técnico do Joinville — Foto: Gustavo Mejía/JEC

O treinador, porém, faz outro alerta. Para o comandante, o elenco está “inseguro” e “sem confiança”. Ele explica que será preciso trabalhar o aspecto psicológico do grupo para conseguir reverter a situação crítica no campeonato.

– O que eu acho que está faltando é a gente conseguir transferir para o jogo o que estamos trabalhando durante a semana. E isso passa muito pela questão emocional, pelo equilíbrio, pra que a gente possa tomar as melhores decisões dentro de campo sem ter medo de errar. Porque tem que medo de errar fica mais com a posse de bola, mas não agride o adversário. Esse é um desenho que tem se repetido no Joinville, justamente pela falta de confiança. Além da questão de melhorarmos ofensivamente, precisamos trabalhar essa questão emocional.

O JEC, ao lado do Barra, tem o segundo pior ataque do Estadual, com apenas um gol em cinco jogos. Além disso, o time ainda não sabe o que vencer na temporada. Com quatro pontos, é o penúltimo (11º colocado) no Catarinense. O próximo compromisso da equipe é contra o lanterna Atlético Catarinense, quinta-feira (9), às 21h, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.

➤ Confira outros trechos importantes da coletiva com Marcelo Martelotti:

Falta de personalidade

– A gente precisa ter personalidade. O time que, durante a semana, me mostrou que tem qualidade, que tem competência, precisa mostrar isso durante os jogos. Não pode perder essa qualificação, essa característica por não ter a personalidade pra jogar, por não ter a coragem pra jogar. Acho que passa um pouco por isso. Eu sei que as coisas tendem a melhorar depois que a gente conquistar a primeira vitória, mas está demorando. E precisamos correr atrás pra que ela venha na quinta-feira.

Aspectos que precisam ser corrigidos

Principalmente o setor de criação. A gente erra muito pela tomada de decisão. Acaba que, em certos momentos do jogo, a gente dá o passe mais simples, mais fácil pra evitar o erro. E daí que o time não anda. Tem a posse de bola, consegue muitas vezes jogar no campo do adversário, mas isso não se concretiza em oportunidades, em finalizações. A gente teve muito mais a posse de bola no campo do adversário, do que as chances de finalizar. E eu prefiro ao contrário. Que o meu time não tenha tanto a posse de bola, mas que finalize mais. Se não me engano a gente teve 12 cruzamento na área, mas só um que a gente conseguiu finalizar com qualidade. E as outras oportunidades foram chutes de fora da área.

O que explica os sucessivos erros em cruzamentos?

Insegurança, falta de confiança. Não adianta treinarmos um dia inteiro de bola parada, se a gente não trabalhar a questão emocional. Se não conseguirmos transferir para o jogo o que a gente faz nos treinamentos. A ideia que eu tenho é que, você executando bem no treino, entre mais confiante no jogo. Mas não foi que eu vi hoje. E isso passa muito pela questão emocional.

O que está pesando mais: carga emocional ou falta de personalidade?

Acredito que os dois se completam. O que eu posso garantir é que, pelo que eu vejo nos treinamento, não é questão técnica, porque é executada de uma maneira satisfatória. E quando não é executada de uma maneira satisfatória, a gente insiste, a gente repete. A questão técnica é a mais fácil de trabalhar, de evoluir nesse sentido. Eu posso garantir pra vocês que fizemos muito do que preparamos para o jogo com qualidade durante semana. Por aí, eu passo a entender que a questão emocional tem um peso grande.

Falta de criatividade ofensiva

Eu entendo que existe um peso da necessidade da vitória, de fazer gol. Eu bati muito em cima disso durante a semana, de que a gente ia criar muito mais oportunidades do que vínhamos criando e que, a partir daí, iríamos fazer os gols. E confesso que me decepcionei nesse sentido. Não criamos o que eu esperava. E isso no meu entender passa muito pela questão de os atletas não terem a confiança necessária nesse momento. Mas vamos conversar muito e trabalhar muito em cima disso. Tenho certeza que, a partir da partir do momento que vencermos o primeiro jogo, damos uma respirada e a confiança vem.

Elenco, mudanças na equipe e disputa por titularidade

Estou avaliando os jogadores. Vendo os que entram com mais personalidade, os que jogam com mais personalidade. Esse é o momento de quem não tem medo de jogar, não tem medo de arriscar. É esse comportamento que eu quero. Eu assumo o risco e falo isso pra eles: ‘se vocês arriscarem dentro do que está combinado, dentro do que está planejado e errarem, eu assumo o risco’. E esse comportamento que eu quero dos jogadores. Que a gente seja mais ousado, que a gente busque mais o jogo. E estou avaliando os jogadores com essa característica.

Texto: Thiago Borges

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