Por imbróglios com decretos estaduais e municipais voltados ao combate do novo coronavírus, a estreia do JEC/Krona na Liga Nacional de Futsal, que ocorreria neste sábado (22), foi adiada. A decisão foi oficializada pelo Tricolor na noite desta quarta-feira, confirmando a possibilidade antecipada com exclusividade pelo EJ mais cedo.
O Coelho iniciaria a caminhada rumo ao bicampeonato da competição contra o Cascavel, no Paraná. Depois, enfrentaria o Foz Cataratas, segunda (24), às 20h15, também no estado vizinho.
Os municípios estavam de acordo com os jogos. Entretanto, informações que começaram a circular nesta tarde de que o Governo paranaense poderia endurecer o regimento para competições no estado, como a exigência de testes de Covid-19 antes de todas as partidas, por exemplo, deixou a diretoria da LNF em alerta. Algumas horas depois, a entidade convocou uma reunião com os clubes para as 19h, quando decretou o adiamento.
Até o momento, a Liga não se pronunciou publicamente sobre o caso, assim como não havia feito até então sobre a rodada de abertura do campeonato. A expectativa é que algum esclarecimento oficial seja redigido nesta quinta pela entidade.
OPINIÃO
Além do caso de hoje, recentemente, o Joinville enfrentou quatro adiamentos de estreia no Campeonato Catarinense por imbróglio com o Governo. A última foi há uma semana (relembre aqui).
A situação ocorre por dois motivos principais:
1 – A modalidade é considerada AMADORA no país. Pode soar estranho, mas é isso mesmo;
2 – A não exigência de testes de Covid-19 pela Federação Catarinense de Futsal e Liga Nacional antes dos jogos.
O futebol só conseguiu autorização para voltar, mesmo em meio à pandemia e contradição de muitos, porque EXIGE o exame RT-PCR (o mais preciso para coronavírus até agora) antes de todas as rodadas, seja em competições locais ou nacionais.
Sem essa obrigatoriedade, a maioria dos estados, como Santa Catarina, tem sido rígida a liberar os campeonatos de futsal por enquanto, devido ao alto números de caso da doença.
A modalidade, porém, tem um poder financeiro nitidamente MUITO menor que o futebol. Só pra se ter uma ideia, na primeira, segunda e terceira divisão nacional a CBF está arcando com os testes. Cada exame RT-PCR custa cerca de R$ 300.
E não se imagina neste momento um cenário onde o ‘futebol de salão’ tenha condições de adotar tal protocolo. Tanto por parte dos clubes, como por parte das entidades.
Pra que a bola pesada volte a rolar, será preciso encontrar um meio-termo nisso tudo. E mais do que isso, conversar, debater, discutir: prefeitura, estados e federações.
Texto: Thiago Borges