A dívida do JEC com o Banco Bradesco ganhou um novo capítulo na sexta-feira. O juiz Yhon Tostes, da 1ª Vara de Direito Bancário da Comarca de Joinville, determinou que se verifique nos próximos 15 dias todos os créditos que o Joinville tem junto a clubes, patrocinadores, receita de sócios e Timemania. A execução da sentença ocorreu em razão do não pagamento de um empréstimo feito pelo clube em outubro de 2017.
Na época, o presidente Jony Stassun acordou com o banco o empréstimo de R$ 321 mil, que deveriam ser quitados em 13 parcelas. No entanto, o JEC pagou apenas quatro destas parcelas. A quinta parcela (de 2 de março de 2018) e as demais continuam em aberto. O saldo da dívida (corrigido até 3 de abril de 2018) era de R$ 311.338,73 – valor que é superior neste momento.
No ano passado, o advogado Paulo Guilherme Pfau Júnior, que representa o Bradesco, chegou a indicar a penhora do CT do Morro do Meio. No entanto, CT do JEC não pode ser penhorado. O bem está registrado no 2º Ofício de Registro de Imóveis de Joinville com uma cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade.
Esta cláusula foi feita pelo ex-presidente Vilson Florêncio, responsável pela inauguração do CT do Morro do Meio, em 1998. Em 6 de agosto daquele ano, ele e seu sócio, o também ex-presidente Irineu Machado, doaram o terreno do CT ao JEC por meio da empresa da qual são sócios, a Bandeirantes Comércio de Imóveis, conhecida como Irineu Imóveis.
O documento ainda diz que a doação tem como fim específico a prática esportiva pelo Joinville Esporte Clube. O CT não pode mudar sua finalidade, nem seu nome oficial “CT Vilson Florêncio”, a menos que exista consentimento por escrito da Irineu Imóveis.
Diante deste cenário, o Bradesco solicitou a verificação destes créditos do Joinville e teve o pedido deferido pelo juiz Yhon Tostes. Procurado pelo “EJ”, o advogado do Joinville, Roberto Pugliese Júnior, não entrou em detalhes, mas afirmou que procurou o banco para tentar um acordo.
O EJ apurou que o advogado solicitou, na sexta-feira, a realização de uma nova audiência conciliatória. Ele alega que o Joinville está disposto a parcelar o débito, apesar do quadro financeiro complicado. Se a ação fosse executada sem nenhum acordo, o Joinville poderia ter grande parte das suas receitas bloqueadas para quitar a dívida com o Bradesco. Por este motivo, Pugliese solicitou nova audiência de conciliação.
O ex-presidente do JEC, Jony Stassun, também é réu neste processo. O Bradesco, por meio de seus advogados, chegou a solicitar a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), passaporte e cartão de crédito de Jony. No entanto, o pedido não foi aceito pelo juiz Yhon Tostes. O EJ também procurou o advogado Paulo Guilherme Pfau Júnior, mas, até o momento desta publicação, não havia recebido uma resposta.