Com brechas no regulamento, rebaixamento no NBB ainda é incerto

A campanha ruim do Basquete Joinville no Novo Basquete Brasil (NBB) coloca o time com grandes chances de ser rebaixado na competição. São 14 derrotas consecutivas, 18 em 22 partidas disputadas no campeonato. Como a tabela prevê jogos complicados na reta final – São José (oitavo), Paulistano (quinto), Bauru (12º) e Franca (segundo) – são grandes as chances de o time cair. No entanto, a coluna apurou que há brechas no regulamento que podem manter os joinvilenses na próxima edição. Nos bastidores, também há uma confiança por parte do time.

No regulamento do NBB, o artigo 276 afirma:

– A equipe que obtiver a última colocação na fase de classificação do NBB 2018/2019 estará automaticamente rebaixada para a Liga Ouro na temporada seguinte.

No entanto, este mesmo regulamento abre brechas. Uma delas é o artigo 278, que diz:

 – Caso ocorram, conjuntamente, as duas situações seguintes: nenhuma equipe participante da Liga Ouro preencha os requisitos exigidos para participar do NBB 2019/2020 e alguma equipe com vaga assegurada para o NBB 2019/2020 desista de participar da competição e não consiga negociar sua vaga com outra equipe e aprovar essa transferência no Conselho de Administração da LNB em tempo hábil, o Conselho de Administração da LNB poderá, aseu exclusivo critério, optar por não rebaixar a equipe última colocada no NBB  2018/2019.

O artigo 279 abre outra brecha. No item “a” está escrito:

– Caso outra entidade, a CBB por exemplo, e não mais a LNB passe a ser responsável pela organização da Liga Ouro ou competição similar na temporada 2020, o Conselho de Administração da LNB, a seu exclusivo critério, decidirá: se a equipe última colocada na Fase de Classificação do NBB Caixa 2018/2019 será rebaixada ou não.

Ou seja, mesmo rebaixada na classificação do campeonato, existem chances de o Basquete Joinville disputar o Novo Basquete Brasil da próxima edição. A coluna apurou também que há um interesse da Liga Nacional de Basquete de fortalecer o NBB no próximo ano, com mais participantes. De fato, não faz sentido correr o risco de perder participantes com o rebaixamento se a ideia é ter até 18 clubes na competição.

E o acesso?

Um fato ajuda a ter dúvidas em relação ao regulamento: a realização de dois campeonatos paralelos ao NBB. Um deles, a Liga Ouro, é o torneio oficial da Liga Nacional de Basquete (LNB), que oferece acesso ao NBB. No entanto, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) também organizou um campeonato, o Nacional de Basquete, com a promessa de que haverá uma vaga para o NBB.

Como o artigo 279, citado acima, deixa dúvidas em relação à organização da “Segunda Divisão do Basquete Nacional”, não se sabe como ocorrerá o acesso. A coluna buscou informações que dão como certo um acesso via Liga Ouro – onde a disputa é grande entre oito equipes, uma delas o São Paulo Futebol Clube (potência nacional).

Por outro lado, o Nacional da CBB pode conseguir uma vaga para fazer valer a força de sua competição e porque é a entidade que indicará os brasileiros classificados para os torneios internacionais. Um possível boicote da LNB ao torneio da CBB poderia causar uma represália com a não indicação de nenhum time do NBB para os torneios internacionais.

Como há muito interesse e política envolvida, a questão dos acessos e do rebaixamento só deve ser definida no segundo semestre, quando ocorrerá a organização da edição 2019/2020 do NBB.

Texto: Elton Carvalho
Foto: Divulgação