Casal de joinvilenses participa da Maratona de Chicago, nos Estados Unidos

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

No domingo (13), a queniana Ruth Chepngetich fez história ao vencer a Maratona de Chicago, nos Estados Unidos, e estabelecer um novo recorde mundial para a distância. Ruth se tornou a primeira mulher a correr a maratona em menos de 2h10min. Entre os milhares de participantes, dois joinvilenses, Delcir Silveira Júnior e Izamara dos Santos Silveira, representaram a cidade de Joinville em uma das maiores maratonas do mundo.

Delcir teve sua primeira experiência em maratonas no ano passado, em Florianópolis. Após essa prova, ele decidiu almejar algo ainda maior: participar de uma das seis maiores maratonas do mundo, as chamadas “Big Sixers”, que fazem parte do World Marathon Majors. Essas corridas acontecem em Boston, Londres, Berlim, Chicago, Nova Iorque e Tóquio.

– Depois da maratona do ano passado, decidi que queria correr uma grande maratona. As inscrições para Berlim abriram, mas não fui sorteado, porque as vagas são distribuídas por sorteio. Só para se ter uma ideia, cerca de 300 mil pessoas se inscrevem, mas apenas 50 mil são sorteadas. Este ano, Berlim teve 56 mil corredores e, ontem, em Chicago, foram 50 mil. É impressionante ver essa multidão, e a organização aqui nos Estados Unidos é impecável. É um evento fantástico – explica Delcir.

A preparação para uma maratona é sempre um desafio, especialmente para quem tem filhos pequenos. Delcir compartilha as dificuldades de conciliar os treinos com as responsabilidades familiares. “Tenho a Beatriz, de dois anos, e o Pedro Henrique, de nove. Precisamos de ajuda, como de babá ou parente, para cuidar das crianças enquanto treinamos”, conta ele.

– Durante os treinos, é complicado. A gente sai cedo e precisa deixar as crianças com alguém de confiança, como uma irmã ou uma babá. Depois de três horas de treino, as crianças já estão ansiosas esperando por nós. Então, além de correr, ainda temos as atividades deles para cuidar. Não é fácil ser corredor e pai de dois, mas tudo compensa, é muito gratificante – ressalta Delcir.

Apoio do público e planos futuros

Além da organização impecável, Delcir destaca o apoio do público durante a prova como um dos aspectos mais emocionantes da Maratona de Chicago. “O percurso inteiro tem gente nas ruas nos apoiando, com bandas de rock, country, fanfarras e voluntários distribuindo água e comida. Em cada quilômetro, havia alguém incentivando com gritos de ‘let’s go’. Foi uma experiência incrível”, enaltece o maratonista.

Izamara, que inicialmente não havia planejado participar, decidiu se inscrever ao saber que a prova seria em Chicago. Ela nunca tinha completado uma maratona antes, mas, ao ser sorteada, aceitou o desafio. Embora tenha sentido a exaustão física, terminou a prova e já pensa na próxima. “Ela comparou a dor ao final da maratona à dor do parto. Chegou um pouco antes de mim e, mesmo com toda a dor, já estamos pensando em qual será a próxima”, revela Delcir.

E a próxima já está no horizonte: a Maratona de Berlim, em 2025. Delcir tem o objetivo de completar todas as seis maiores maratonas do mundo. “Quero correr as seis e ganhar a mandala dos Sixers, que é dada a quem completa essas maratonas. Já estou me preparando para Berlim no próximo ano”, afirma ele.

– As inscrições já estão abertas e a maratona acontece no fim de setembro ou início de outubro, coincidindo com a Oktoberfest em Munique, o que é uma ótima oportunidade para dar uma passeada. Estamos planejando tudo, mas ainda temos alguns detalhes para resolver, como a questão das crianças – finaliza.

Sobre a Maratona de Chicago

A Maratona de Chicago, aberta a atletas de ambos os sexos, é conhecida por seu percurso plano, que favorece tempos rápidos e recordes. Realizada desde 1977, só foi cancelada em 1987 devido à falta de patrocínio. Atualmente, atrai cerca de 40 mil corredores de todo o mundo a cada ano.

A largada acontece no Grant Park, e o percurso atravessa os 29 distritos da cidade. O trajeto é dividido em três partes: norte, sul e oeste. Os corredores passam por três dos maiores estádios de Chicago, que marcam as mudanças de direção na rota. Os primeiros cinco quilômetros são percorridos no centro da cidade.

Da redação.